Uma das coisas mais difíceis para a maior parte dos seres humanos é reconhecer um erro. Normalmente por que ele nos remete a punição, ao fracasso e inevitavelmente a culpa.
Fomos criados para sermos perfeitos! Só que perfeição não existe!
Por isso, achei inovadora a ideia da NOZ Pesquisa e Inteligência em convidar as pessoas a refletirem sobre seus melhores erros, então lá vai o meu melhor erro: eu me comparava aos outros.
Fiz comigo por muito tempo, devido a minha deficiência física (sou cadeirante) sempre precisei superar muitos obstáculos, físicos ou não, e não havia toda essa conversa de inclusão, de igualdade para todos. Se eu queria ir a algum lugar tinha que me virar, aceitar as condições que existiam.
Eu acreditei que eu era a diferente, que eu tinha que me adaptar. Quando me comparava com as pessoas, achava que tinha que fazer igual, mesmo não tendo as mesmas condições e oportunidades.
Vez por outra, todos nós nos comparamos a alguém: pais, amigos, artistas, etc., se olharmos suas qualidades e compararmos com nossos defeitos, saímos perdendo, não há outra maneira de se fechar essa conta.
Passei muito tempo me encaixando, me adaptando, comparando minhas habilidades, não me permitindo errar; mas o bom do amadurecimento é que você começa a questionar algumas “verdades”, eu passei a ver que todos temos nossas deficiências, nossas dificuldades e nossas impossibilidades. Não podemos tudo... ou antes, podemos tudo que realmente queremos.
Passei a ver que os lugares sem inclusão é que eram deficientes, não eu.
Escrevendo agora parece fácil, mas foi um caminho longo (que aliás ainda percorro), doído e muitas vezes solitário.
Meu melhor erro foi me comparar, por que se de início me senti “menor”, hoje me mostra que me fortaleceu, busquei sempre o meu melhor, percorri muitos caminhos para me encontrar. Conheci pessoas incríveis que me ensinaram a ver minhas qualidades, e principalmente aprendi que se o mundo não acolher com respeito as pessoas com suas infinitas diferenças, então esse mundo ainda precisa melhorar. E o mundo somos todos nós(z).
Isabel Passos,
pedagoga, reikiana, cadeirante, a virginiana mais desorganizada que alguém já conheceu. Apaixonada pelos animais. Numa viagem interminável por me conhecer melhor.